domingo, maio 30, 2010

"Abacateiro sabes ao que estou me referindo
Porque todo tamarindo tem
O seu agosto azedo cedo antes que o janeiro
Doce manga venha ser também"

Versos de Refazenda, Gil



E nem preciso me preocupar em explicar, estou cercada de bons entendedores...



sábado, maio 29, 2010

"quem disse que eu não vou saber lidar com a dor?"

Max Viana - Vilarejo

segunda-feira, maio 24, 2010

"queria que você, sem uma palavra, apenas viesse" CL

Pra fazer jus ao teu nome, blog!

Venha, meu bem
Venha me pertencer, venha...
Venha me tomar pra você...
Venha puxar meu cabelo, venha beijar minha boca com aquele beijo mais fundo, mais nosso...
Venha viver comigo estes dias, estas cenas...
Venha...
Neste mês de novembro vamos fazer nosso próprio "Doce Novembro"...?!
Vamos pegar chuva, correr com cachorros, jantar na casa de amigos nada convencionais. E se não chove , se não temos cachorros, se ninguém nos convida, tem problema não, andamos juntos no sol de domingo pela calçada , sentindo o vento, contando estórias engraçadas, dando gargalhadas e está feito. Seremos felizes o domingo inteiro.
Venha porque o que quero é tão simples:
Ver um filme comentando ele todo, achar graça, me emocionar junto, conviver, partilhar, compartilhar, ser um tanto mais feliz... Ninguém está falando de ser pra vida inteira, eu estou mesmo falando de ser inteiro a vida toda...
Venha porque a vida vai passando e vai arrastando essas possibilidades todas com ela e vai deixando tantas impossibilidades que depois vão doer, incomodar como farpas.
Venha porque... ora, porque é assim que quero que seja, ora...
Venha porque fico tão feliz quando estou com você que fico sorrindo, e quando você me pergunta porque estou sorrindo, é disso que eu quero falar, dessa alegria boba e sincera que a sua presença, só, sem precisar de mais nada, me faz sentir... estou sorrindo porque estou aqui, porque você está aqui, e agora, neste momento, a vida é aqui, eu e você, nós, com tudo o que é possível incluir de nosso nesse "nós", estou sorrindo porque sinto você... então venha... Só isso, basta vir e o resto da estória a gente vai escrevendo, construindo, sentindo, acontecendo, vivendo...
Venha porque eu não tenho certeza nenhuma, não tenho certeza de que você virá, não tenho certeza se isso vai passar, só tenho esperanças, vontade e desejo, de que venhas, de que não precise passar, de que seja tão especial e doce quanto é pra mim isso que co-partilhamos, porque sim, pra mim é de verdade especial mas ainda é tão pouco, e tenho esperança, vontade e desejo de que você deixe por um tempo de racionalizar tudo e pra você também se torne pouco e você queira mais e então, venha.
Então, venha.

"dentro de 'Uma aprendizagem ou O Livro dos Prazeres', que é seu e você nem sabe"


Cenas de Doce Novembro

sábado, maio 22, 2010

Eu quero ser leve, levinha
folha cinematográfica
que o vento sopra pela calçada
planando, planando baixo
e só de vez em quando
tocando manso o chão
por isso carrego tanto amor comigo
o amor me balanceia ao contrário
me tira o peso dos dias
me põe vontade de voar

Anita del Pinho

"a gente chora fazendo a noite parecer um dia"

O que é que é?

"faz mais, depois faz acordar chorando
pra fazer e acontecer
verdades e mentiras,
faz crer, faz desacreditar de tudo..."

Chorando e cantando, Fausto Nilo e Geraldo Azevedo



sexta-feira, maio 21, 2010

"a quem procura abrigo, e proteção" Renato Russo

": nenhum amor floresce preso numa casa, sem contemplar, por instantes, a luz de uma tarde.."
Rita Apoena

Deixei os dois pontos no início de propósito. N., eis acima a conclusão poética de tudo o que conversamos ontem. E sim, doeu ouvir (ler) tudo aquilo, mas não por alguma acusação tua, pois isso eu não senti, mas pela constatação mesmo daquilo que já sei e insisto em esconder, sabe aquela estória que R. me disse outro dia que a poesia que eu vejo nas situações pode não estar nas situações, pode ser mesmo reflexo da poesia que está em mim? Então.
Anyway (como diria meu querido Caio F.), é bom saber que a minha dor, que as minhas espécies de dor, minhas espécies de amor não são inéditas, embora eu me julgue sim uma pessoa incomum, que pessoas por aí sofrem e/ou regojizam dos mesmos males e/ou pelos mesmos encantamentos.
Difícil saber porquê. Difícil parar de filosofar. Difícil deixar de ser eu mesma. Não, mas isso não quero... Difícil ser quem sou sem doer. Difícil agir com inteligência e método neste caso, logo eu, que vocês dizem que tenho um raciocínio rápido, não consigo pensar em frases de efeito que digam na hora, no instante antes de por tudo a perder, tudo o que sinto e sou neste caso. E espero que meu modo delicado de enxergar miudezas seja percebido e levado em conta, que meu afeto produza afeto em alguém. Não sei o que fazer dessa inteligência, não sei o fazer dessa fragilidade, não sei o que fazer dessa necessidade. Mas posso me proteger, talvez P. não esteja tão errada assim...
Obrigada por entender a minha essência. Vou abrir uma comunidade no orkut pra você: "Amigos que enxergam os amigos".
Te abraço forte e te beijo (Como Caio F. também)

quinta-feira, maio 20, 2010

Vai, Caio, fala por mim:

...tento fugir para longe e a cada noite, como uma criança temendo pecados, punições de anjos vingadores com espadas flamejantes, prometo a mim mesmo nunca mais ouvir, nunca mais ter a ti tão mentirosamente próximo, e escapo brusco para que percebas que mal suporto a tua presença, veneno veneno, às vezes digo coisas ácidas e de alguma forma quero te fazer compreender que não é assim, que tenho um medo cada vez maior do que vou sentindo em todos esses meses, e não se soluciona, mas volto e volto sempre, então me invades outra vez com o mesmo jogo e embora supondo conhecer as regras, me deixo tomar inteiro por tuas estranhas liturgias, a compactuar com teus medos que não decifro, a aceitá-los como um cão faminto aceita um osso descarnado, essas migalhas que me vais jogando entre as palavras e os pratos vazios, torno sempre a voltar, talvez penalizado do teu olho que não se debruça sobre nenhum outro assim como sobre o meu, temendo a faca, a pedra, o gume das tuas histórias

...

mas tudo isso é inútil e bem sei de como tenho tentado me alimentar dessa casca suja que chamamos com fome e pena de pequenas-esperanças, enquanto definho feito um animal alimentado apenas com água, uma água rala e pouca...

Caio F. em À beira do mar aberto

domingo, maio 16, 2010

entre o sonho e o real

Lendo Caio F hoje, me emocionei muitíssimo como sempre mas hoje, especialmente, com esse conto. Por isso deixo um trecho, e é pra alguém que agora sabe o que desperta em mim. Eu não chamo de amor, eu não chamo de paixão, eu não chamo de atração... Eu não quero nomear o que sinto, é tão bonito, por que tenho que encaixar numa definição já pré-estabelecida, já dicionarizada? E se for pra nomear, prefiro chamar de encantamento. Então, tá, é encantamento o que tenho, é de encantamento que sofro... Estou encantada, eu sou encantada e ficarei assim.

Veio num sonho, certa noite. Ela o amava. Ele a amava também. E ainda que essa coisa, o amor, fosse complicada demais para compreender e detalhar nas maneiras tortuosas como acontece, naquele momento em que acontecia dentro do sonho, era simples. Boa, fácil, assim era. Ela gostava de estar com ele, ele gostava de estar com ela. Isso era tudo.

Dormiam juntos, no sonho, porque era bom para um e para outro estarem assim juntos, naquele outro espaço. Não vinha nada de fora, nem ninguém. Deitada nua no ombro também nu dele, não havia fatos. Dormiam juntos, apenas. Isso era limpo e nítido no sonho que ela sonhou aquela noite.

Deitada no ombro dele, ela via seu rosto muito próximo. Esse era o sonho, nada mais. E isso, mais tarde saberia, era o único fato do sonho inteiro: via o rosto dele muito próximo. Como um astronauta prestes a desembarcar veria a face da lua, mal reconhecendo o Mar da Serenidade perdido em poeira cinza, assim ela o via naquela proximidade excessiva, quase inumana de tão próxima. Fechasse os olhos — mas não os fecharia, pois já estava dormindo — guardaria contra as pálpebras cerradas um por um dos traços dele. Crateras miúdas com negros fios de barba despontando duros de dentro delas, molhadas gretas polpudas além das quais brilhava o branco duro dos dentes.

Coisas assim, ela via. E de olhos abertos, embora fechados, pois sonhava, protegia o, protegiam-se no meio da noite. Tão simples, tão claro.
(...)
Talvez ele tivesse passado um dos braços em torno da cintura dela, quem sabe ela houvesse deitado uma das mãos sobre o ombro dele, erguendo os dedos até que tocassem no lóbulo de sua orelha. Em todos os dias que se seguiram à noite daquele sonho, e foram muitos, honestamente não saberia localizar outros detalhes. Pois enquanto dormia, naquela noite, tudo era só e apenasmente isso: dormiam juntos.

No centro da noite, no meio do sonho, no outro espaço.
Trecho de Onírico, conto de Caio Fernando Abreu

sábado, maio 15, 2010

"...fica perfeito contigo"


Está em mim

seu rosto, gesto, gosto
do princípio, meio e fim,
blue moon
claro que você está em mim
Blue moon para sempre - Guilherme Arantes

Et quand tu es tellement près de moi,
C'est comme si ce plafond-là,
Il n'existait plus, je vois le ciel penché sur nous...
Le ciel dans une chambre - Carla Bruni

Porque quero hoje misturar tudo:
Eu e você,
Guilherme Arantes e Carla Bruni,
as loucas horas e a lua azul,
o sol queimando a nossa face e um quarto que parece não ter teto e o céu estar aqui sobre nós, quero tudo muito junto e misturado, como você sabe bem que eu gosto.





sexta-feira, maio 14, 2010

"A literatura não me interessa tanto quanto o seu nome"
Fabrício Corsaletti, Seu nome


Seu nome - Luíza Possi

terça-feira, maio 11, 2010

A. me disse hoje e eu achei muita graça e vou dizer também: "o que é meu, é meu, o que é seu, é seu, agora, o que é nosso, é NOSSO". Ela falava de dinheiro público e pessoas ocupando cargos públicos... Eu, estou falando disso não, é de outra coisa...

Thierry Cham - Ocean

sábado, maio 08, 2010

"Isso não substitui a fala. Isso não substitui nada".

" " - Andre Comte-Spoville

Meu discurso não me serve hoje, engoli todas as minhas palavras. Então, Caio, diga por mim...

E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário...por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Caio F

sexta-feira, maio 07, 2010

"esperando um sim ou nunca mais..."

"meus melhores beijos serão seus"

Amado - Vanessa Amado

quarta-feira, maio 05, 2010

"anotar as datas, ter um diário"

"te buscar no aeroporto
você deixar cair as malas
pra abraçar o meu corpo
te beijar enquanto fala"

Helena Elis

O coração, coitado, ainda acredita em tudo isso...
Um rascunho - Helena Elis
"...porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo. Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida.

Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim"

Ana Jácomo, do "cheiro de flor quando ri"