E um frio que suplica um aconchego".
Vanessa da Mata
Em noites de insônia ela se agiganta e me sacode do sonho, me arranca do sono, me levanta da cama, me faz andar pela casa, olhar pela janela. Ela me faz chorar...
...
Demora a chegar não... Demora não, que não tenho o mapa, estou com sede e vai escurecer. Traga roteiros, água e luz. Se possível alguma estória bonita pra me contar enquanto andar comigo. Demora não, que estou perdida, com medo e quase já sem esperanças de encontrar a trilha outra vez. Preciso de tua mão pra segurar e teus passos firmes pra me ajudar a seguir. De vez em quando penso que é você que está chegando... Chego a ouvir seus passos, seus risos... mas logo passa e não ouço mais nada... é só silêncio que há aqui... Me engano, são ecos dentro de mim.... São vontades dentro de mim, eu acho...
Meus pés estão em bolhas, tendo andado tanto e sozinha... meus olhos quase se acostumaram a ver só essa poeira de deserto, e esse vento já não me refresca. E o silêncio é tamanho que me sufoca. E o sol não esquenta, e a chuva não molha, e as estações não avançam, a primavera nunca que chega, com suas flores, suas cores, seus perfumes... Ainda falta muito? Quanto falta pra chegar? Demora não, vem logo... está escurecendo....
Meus pés estão em bolhas, tendo andado tanto e sozinha... meus olhos quase se acostumaram a ver só essa poeira de deserto, e esse vento já não me refresca. E o silêncio é tamanho que me sufoca. E o sol não esquenta, e a chuva não molha, e as estações não avançam, a primavera nunca que chega, com suas flores, suas cores, seus perfumes... Ainda falta muito? Quanto falta pra chegar? Demora não, vem logo... está escurecendo....
" " - João Cabral de Melo Neto
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